Deus criou um jardim, não uma cidade.
Foi no jardim, na banda oriental, que Ele convidou homem e mulher para viverem, para o lavrarem e o guardarem. O jardim nos alimentava, nos protegia, nos alegrava. Deus passeava por lá na viração do dia enquanto conversava conosco, e tudo então era perfeito.
Começamos a nos distanciar do jardim quando pela primeira de muitas vezes nos rebelamos contra o Criador; duvidamos da sua palavra, desejamos a independência, e a antiga harmonia foi quebrada. A vida se tornou penosa. Nossa obstinação por nós mesmos levou-nos ao rompimento; marido e mulher se acusando mutuamente, irmão matando seu próprio irmão.
Foi do primeiro assassino a idéia de fundar uma cidade (Gn 4:17). Caim recebera uma marca de maldição, mas estranhamente passou aos seus descendentes a idéia de ser abençoado, como o revelam as palavras de seu bisneto Lemeque, que, por sua vez, foi o primeiro bigamo da história, e também aquele que disse: “Eu matei um homem porque me feriu, e um menino, porque me machucou” (Gn 4:23-24). Foi dessa turma que nasceu a idéia de cidade.
Tempos depois surgiu Babel, fundada por aqueles que queriam “tornar seu nome famoso e não serem espalhados pela face da terra” (Gn 11:4), contrariando o que o Senhor havia dito para fazerem (Gn 1:28).
A história das cidades no Antigo Testamento não deixa dúvidas quanto à sua natureza: ela é marca da arrogância humana que nos leva a sempre pretendermos a independência de Deus. Na cidade nos sentimos mais fortes, donos do nosso destino. O rítimo da cidade nos anestesia os sentidos, nos afasta de Deus e nos desumaniza.
Mas no decorrer da revelação, vemos a graça do Senhor manifesta através do seu povo que vive nas cidades. Uma que deixa de ser destruída pela sua presença (Gn 18); outra que é salva pelo testemunho de um profeta (Jn 3:10); mais outra que é abençoada tendo um servo de Deus como governante (Dn 6:3). Entendemos então que, se é aqui que se vive, é aqui que devemos ser sal e luz, e que seremos bênçãos na cidade enquanto o espírito da cidade não estiver em nós. Entendemos que não somos cidadãos da cidade em que vivemos, mas de uma outra que está sendo preparada e um dia descerá dos céus, essa sim santa e legítima, a cidade do Grande Rei (Ap 21).
Alguns entre nós têm sentido o incômodo de desejarem fazer diferença na cidade injusta e desumana em que vivemos. Costumamos chamar isso de missões urbanas: promover a reconciliação do cidadão com Deus. Aqueles em nosso meio que já o fazem são fonte preciosa de informação e multiplicação. Outros podem surgir. O espaço está aberto; O desafio está posto.
por Cassiano B. Luz retirado de Irmãos.com/podcast
Foi no jardim, na banda oriental, que Ele convidou homem e mulher para viverem, para o lavrarem e o guardarem. O jardim nos alimentava, nos protegia, nos alegrava. Deus passeava por lá na viração do dia enquanto conversava conosco, e tudo então era perfeito.
Começamos a nos distanciar do jardim quando pela primeira de muitas vezes nos rebelamos contra o Criador; duvidamos da sua palavra, desejamos a independência, e a antiga harmonia foi quebrada. A vida se tornou penosa. Nossa obstinação por nós mesmos levou-nos ao rompimento; marido e mulher se acusando mutuamente, irmão matando seu próprio irmão.
Foi do primeiro assassino a idéia de fundar uma cidade (Gn 4:17). Caim recebera uma marca de maldição, mas estranhamente passou aos seus descendentes a idéia de ser abençoado, como o revelam as palavras de seu bisneto Lemeque, que, por sua vez, foi o primeiro bigamo da história, e também aquele que disse: “Eu matei um homem porque me feriu, e um menino, porque me machucou” (Gn 4:23-24). Foi dessa turma que nasceu a idéia de cidade.
Tempos depois surgiu Babel, fundada por aqueles que queriam “tornar seu nome famoso e não serem espalhados pela face da terra” (Gn 11:4), contrariando o que o Senhor havia dito para fazerem (Gn 1:28).
A história das cidades no Antigo Testamento não deixa dúvidas quanto à sua natureza: ela é marca da arrogância humana que nos leva a sempre pretendermos a independência de Deus. Na cidade nos sentimos mais fortes, donos do nosso destino. O rítimo da cidade nos anestesia os sentidos, nos afasta de Deus e nos desumaniza.
Mas no decorrer da revelação, vemos a graça do Senhor manifesta através do seu povo que vive nas cidades. Uma que deixa de ser destruída pela sua presença (Gn 18); outra que é salva pelo testemunho de um profeta (Jn 3:10); mais outra que é abençoada tendo um servo de Deus como governante (Dn 6:3). Entendemos então que, se é aqui que se vive, é aqui que devemos ser sal e luz, e que seremos bênçãos na cidade enquanto o espírito da cidade não estiver em nós. Entendemos que não somos cidadãos da cidade em que vivemos, mas de uma outra que está sendo preparada e um dia descerá dos céus, essa sim santa e legítima, a cidade do Grande Rei (Ap 21).
Alguns entre nós têm sentido o incômodo de desejarem fazer diferença na cidade injusta e desumana em que vivemos. Costumamos chamar isso de missões urbanas: promover a reconciliação do cidadão com Deus. Aqueles em nosso meio que já o fazem são fonte preciosa de informação e multiplicação. Outros podem surgir. O espaço está aberto; O desafio está posto.
por Cassiano B. Luz retirado de Irmãos.com/podcast
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