26 novembro, 2009

Esperança



"Se descubro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo pode satisfazer a explicação mais provável é que fui criado para um outro mundo." (C.S.Lewis)

C.S.Lewis é um dos meus escritores preferidos, e na grande maioria de seus livros ele insiste em falar sobre a Esperança .Nós seres humanos somos movidos por essa força estranha que nos faz avançar em busca de algo melhor ,mais bonito ,mais honroso algo que nos faça dizer que tudo valeu a pena ,que a nossa jornada não foi em vão.

Esse sentimento é algo que vem de dentro ,totalmente involuntário,que está a ponto de explodir ,algo comparado a um vulcão perto de entrar em erupção ,mas não explode,como se tivesse esperando aquele momento exato ;então essa felicidade, essa alegria esse prazer fica como um prisioneiro dentro de nós ,mas parece que sua pena é eterna pois não vemos possibilidade de terminar com essa tal esperança, encontrar o que ela realmente procura . Já encontrei sentimentos ou sensações que estavam perto de satisfazer, mas esse não era o ponto, não era a felicidade ou alegria em si era na verdade um vislumbre uma miragem apontando para o real motivo.

E essa mesma esperança é compartilhada por toda a humanidade, em todos os séculos, os homens sempre procuraram algo que não podem encontrar,aquele amor perfeito ,a felicidade eterna , a alegria verdadeira ,a resposta absoluta etc; e isso é facilmente visto através das historias que foram passadas ,nos romances , nos mitos , naqueles finais eternamente felizes , a conquista da mulher amada , a viagem , o reinado ,a batalha finalmente ganha na busca por esse siguinificado que parece não existir.

E o que dizer de nossa tão incessante busca por respostas :"De onde viemos ? Para onde vamos? Por que estamos aqui? ".O que seria isso ,senão mais uma de nossas demonstrações que a esperança é realmente algo real? .Mesmo em meio a um mundo cheio de morte ,violência e destruição um completo caos, ela nos faz encher o peito e dizer que temos Esperança em um mundo melhor, algo que sinceramente parece utópico mas a esse sentimento totalmente possível e aceitável.O próprio cristianismo em suas raízes da um imenso valor a Esperança,mas de uma forma diferente olhando para alem desse mundo como disse Paulo, se a nossa esperança em Cristo estivesse somente nessa vida somos os mais miseráveis dos homens.

Depois de enxergarmos a Esperanças em suas mais diversas manifestações eu te proponho algumas perguntas: Por que a busca incessante por respostas, senão para uma resposta final e absoluta que finalmente vai nos satisfazer? Por que a busca por um Amor perfeito, senão para o encontro final e eterno com Ele? Por que a vida cheia de esperança em um mundo melhor ,senão para finalmente encontrar esse mundo mesmo que em outro lugar?

Por que toda essa esperança, senão para um final absolutamente e eternamente Feliz ?

Sim Esperança nos leva a pensar no Paraíso ,pois ela é uma das maneiras de encontrarmos o caminho para ele .Cristo é a Verdade o Amor e a Felicidade; Ele é o fato em si, Ele é o final de toda a Esperança .Quando tudo enfim acabar poderemos dizer que sim ,tudo isso valeu a pena, finalmente encontramos tudo o que na verdade desejamos ,não aquele sentimento de quase, seremos por fim e eternamente completos e plenos .Essa é a minha esperança , e agora eu te pergunto "por que toda essa Esperança senão para encontrar a Cristo?"


por Isaac Palma retirado de Alguém como eu

25 novembro, 2009

University LipDub Project

HS Furtwangen - "Nine Days - 257 Weeks" from DASKAjA on Vimeo.


LipDub é uma nova forma de arte em fazer videoclips que está se espalhando pelo mundo graças a sites como Youtube e Vimeo. A regra do LipDub é extravasar e se divertir, e é esse o propósito do University LipDub Project. Criado por 6 estudantes da HS Furtwangen University, a idéia é promover nas universidades uma integração entre os alunos através do LipDub. Vale a pena assistir cada vídeo!

Faculté de Droit - "Offspring - Pretty Fly"


Université du Québec à Montréal - "Black Eyed Peas - I Gotta Feeling"


Essec Business School Paris - "Black Eyed Peas - Let's get it started"


Universidad Europea Miguel de Cervantes - "Ben Lee - Catch my disease"



para ver mais vídeos University LipDub

24 novembro, 2009

Meus heróis morreram de OverEgo...



Geração 80:
Cazuza, em uma de suas músicas, anunciou como um grito o que os jovens estavam passando na década de 80: “Meus heróis morreram de overdose, os meus inimigos estão no poder. Ideologia eu quero uma pra viver”.

Uma geração que sonhava muito com a liberdade que a ditadura abafou em seus corações. Focaram seus esforços, talentos e estudos na busca de uma ideologia que prometia uma vida mais livre!

Mas a queda da ditadura e a “liberdade” tão pregada por eles não foi um mar de rosas como se esperava . Os heróis, personalizados nos cantores e suas bandas, estavam se lixando com tudo e todos e alguns acabaram morrendo de overdose ou AIDS.Os grandes acordos políticos foram feitos e os mesmos políticos continuaram no poder transformando a liberdade democrática em mais uma bandeira publicitária focada em seus próprios interesses.

No fim da década de 80 aquele menino que ia mudar o mundo não tinha muito mais para onde ir, nem o que lutar contra, pois, teoricamente, já tinham conquistado o que procuravam. Mas a angústia ainda estava nos corações daqueles jovens, como se não tivessem encontrado o que realmente procuravam.

Geração 2010:
Sinto que nós jovens evangélicos chegamos, depois de 20 anos, na mesma situação e, parafraseando o grande poeta: Meus heróis morreram de overEgo, os meus inimigos estão na TV. Teologia eu quero uma pra viver!

Sou de uma geração que sonhou com um evangelho mais jovem e contextualizado, com evangélicos se destacando na sociedade. Focamos nossos esforços, talentos e estudos na busca de uma teologia que prometia uma vida mais livre!

Mas hoje olho para os meus heróis morrendo de OverEgo, onde tudo gira em torno deles, líderes religiosos que se acham a voz de Deus aqui na terra e estão se lixando com tudo e todos.

Vejo eventos e congressos onde estes meus heróis, preletores, chegam, dão suas palestras e saem antes mesmo de acabar a reunião. Não os conheço, nem sei como são pessoalmente, se tornaram só boas idéias. São líderes gnósticos que não se encarnaram em nosso meio, mas que possuem um conhecimento mais profundo da bíblia. O pior é ver que a cada dia estou me tornando a imagem e semelhança deles. Estou destinado a morrer de overego.

A angústia de toda vez que me declaro evangélico ser relacionado com os pregadores da TV brasileira me irrita. Percebo que os meus inimigos estão na TV. Pois sou confundido com o que mais tenho repúdio.

E a notícia que seremos 50% da população, em breve no Brasil, deixa aquele menino que ia mudar o mundo com uma sensação de não ter mais para onde ir, nem contra o que lutar, e que agora assiste tudo em cima do muro. Mas a angústia ainda está no meu coração, como se eu não tivesse encontrado o que realmente procuro .

Um grito em minha alma ainda me perturba, repetindo a frase que ouvi da música do U2 “But I still haven't found what I'm looking for”.


por Marcos Botelho retirado de Marcos Botelho do JV

19 novembro, 2009

Reulf - Colorindo o mundo

Reulf from Charlesque on Vimeo.


Faz um tempo que ví esse vídeo no blog de um amigo meu que postou depois que uma amiga indicou esse link pelo twitter, o video se passa em paris em preto e branco e vai sendo colorida por essa criaturinhas coloridas…

Vídeo criado por Reulf um estudante de Projetos da Université Paris 8, dirigido por Quentin Carnicelli, Charles Klipfel & Jean-François Jégo como parte do programa de pós-graduação em Artes e Tecnologias de l’Image. Música composta por Robert le magnifique & Olivier Mellano.


por André Vitor retirado de Vida Marciana

Crombie



"É um carregador de sonhos um crombie de mochila e violão. Quem canta cantigas despretensiosas na vida não corre em vão. É o soar de som em sol. É atração por melodias singelas. Quem ouve com o coração. Na vida abre janelas." Essa é a apresentação da banda Crombie sobre ela mesma. Com músicas poéticas que revelam as mais profundas verdades do céu nas mais simples das coisas da terra. Essa é a proposta do Crombie, uma banda como qualquer outra mas diferente de tudo que você já ouviu.

Na estrada desde 2006 o Crombie tem um estilo único, um pouco de mpb, um tanto de reggae, muito violão e poesia, fazem das suas músicas a melhor pedida para uma tarde curtindo um parque ou uma rede na praia.

Vídeo da música "Se Por Acaso"


Site
www.crombie.com.br

MySpace
www.myspace.com/crombies

Twitter
@BandaCrombie

17 novembro, 2009

Erwin McManus sobre mudanças radicais



Erwin McManus é escritor, autor do livro "Uma Força em Movimento", ativista social e pastor da Mosaic Church. Ele é um defensor ferrenho da real capacidade transformadora da igreja através da missão integral, o que é apenas possível após uma mudança radical da igreja em relação a cultura da sociedade.

"Gente que não muda acaba virando gente que não sonha"

"A igreja é agente divino de mudanças, por intermédio da qual o poder de Deus é revelado"

"A realidade da mudança é a promessa do milagre"

"Deus nos convida a crer que o futuro é ainda melhor do que todo o passado que tenhamos vivido com ele"

"Desde o nascimento, a igreja é fruto de uma mudança radical"

"Se a Bíblia não promover mudança, é sinal de que não foi devidamente compreendida"

"Os profetas também eram vozes de mudança. Tinham percepção e visão"

"Embora igrejas não realizem cultos em latim, nossa linguagem, estilo e música são como latim para quem é de fora"

"Se vc não gosta de mudanças, é melhor não se tornar cristão. A mudança é inevitável para quem pertence a Jesus"

"As pessoas não precisam de acesso ilimitado à informação; elas precisam de interpretação"

"A influência de Hollywood ultrapassa, e muito, a de qualquer líder político ou país"

"Nossa decisão de não nos conformarmos com a tecnologia garante que permaneçamos pelo menos 50 anos atrasados"


frases retiradas de @McManus-sp

12 novembro, 2009

Diferentes somos melhores!



"É sempre melhor quando estamos juntos, Olharemos para as estrelas quando estivermos juntos(...) Somos melhores juntos." (Better Together - Jack Johnson)

Apesar de ultimamente ter visto muitas coisas erradas no meio da igreja, apesar de estar vivendo um tempo em que as pessoas pensam em si mesmas, um tempo em que as pessoas tem sido transformadas em massa de manobra para seus lideres alcançarem os fins que querem, apesar de ver a individualidade de cada um ser jogada no lixo quando começam a trilhar sonhos que não são seus e muitas vezes até mesmo ser como seus lideres, tenho tido um alento; vejo pessoas comprometidas com o evangelho, com outras pessoas, e principalmente com Jesus.

Pessoas diferentes, e com alguns pontos de vista diferentes e, agindo de maneiras diferentes, mas através da vida dessas pessoas vejo algo em comum, vejo Jesus nessas vidas, seus sonhos e anseios, ao mesmo tempo que diferentes, parecem se confundir mais a frente. A partir disso começo a pensar no verdadeiro sentido da igreja, no porque de nos reunirmos e tantas vezes ouvir que somos corpo de Cristo; por muito tempo isso não fez sentido nem na minha mente muito menos na minha vida, para mim ser corpo de Cristo era sermos iguais, fazer as mesmas coisas, mas com o passar do tempo percebi que esse não é o real sentido dessas palavras, o corpo de Jesus nada mais é do que a maior demonstração de unidade na diversidade, assim como nenhum órgão do corpo é semelhante ao outro, Deus enxerga cada um de nós como somos. Ser você mesmo, não um individualismo mas sim uma individualidade, com um amor comum, e amar também aquele que é diferente, então crescer celebrando essa unidade.

A sociedade de hoje tem dito exatamente o contrario, para corrermos para os nossos mundos com pessoas iguais a nós, mas aprendi que existe uma beleza muito maior em conhecer pessoas diferentes do que iguais a nós, aprendo muito mais sobre Deus olhando para pessoas diferentes, me relacionando com elas, pois vejo diferentes maneiras de enxergar o Eterno, em vez de achar que só a minha opinião está certa; a sociedade diz que devemos ser iguais através dessa falsa igualdade mas se Deus quisesse que fossemos iguais não teria nos feito tão diferentes. Uma vez eu ouvi alguém dizer que o cristianismo parece mais com uma conversa de bar do que com uma pregação em uma igreja, talvez não fosse essa a intenção do autor, mas olhando para um bar, lá as pessoas são aceitas como elas são, elas não precisam se transformar em nada, talvez por isso tantas pessoas vão para lá, no bar elas podem ser o que elas são, já na igreja todos tem de ser iguais agir igual a todos, e tudo isso diz ao mundo, mesmo que inconscientemente, que Deus não aceita a pessoa como ela é.

Agora a moda são igrejas alternativas mas as pessoas não percebem que estão fazendo o mesmo que faziam com elas, vivendo em seu próprio mundo e não aceitando pessoas diferentes. Enquanto continuarmos em nossos "mundinhos" jamais veremos esse reino magnifico de Deus, essa é a beleza da igreja, do Cristianismo e do Amor de Jesus que une aqueles que jamais seriam unidos de outra forma. Assim como um arco-íris só é bonito por ter cores diferentes, que sejamos cores diferentes pra demonstramos a natureza de Deus em sua plenitude. Também como C.S.Lewis disse "Quão monótona é a semelhança que une todos os tiranos e conquistadores; quão gloriosa é a diferença dos santos", que a nossas vidas celebrem essa diferença .


por Isaac Palma em É como o vento que eu não sei de onde vem mas que me faz tão bem

Você Sabe Como Evangelizar?



Gostaria de apresentar um livro muito interessante de Brian McLaren More Ready than you Realize, McLaren discute a respeito do evangelismo e apresenta uma história através de vários e-mails que trocou com Alice, uma menina bem resistente a igreja por ser já ambientada no mundo evangélico graças a um de seus ex-namorados. Dessa história, Brian McLaren levantou oito fatores (não são oito
passos, nem oito pontos, nem oito técnicas) que devem influenciar a evangelização hoje, de forma bem sumarizada, listo-os abaixo:

1. O Fator Relacional: O que conta são os relacionamentos que levam às conversas espirituais. Você começa o evangelismo não por ser religioso, mas em ser humano, no relacionamento, não em mostrar as regras religiosas e a devoção do dia a dia.

2. O Fator Narrativo: Ouça suas histórias, divida sua história e divida a história de Deus, não somente fórmulas ou proposições

3. O Fator Comunidade: Aguarde que a conversão ocorra normalmente no contexto de vida em uma comunidade autêntica e que não se restrinja ao contexto de busca de informações.

4. O Fator da Jornada: Veja o discipulado visando um processo holístico que não tem um ponto final, não visando somente o evento da conversão.

5. O Fator Espírito Santo: Creia que Deus trabalha “por fora” em todas as pessoas (tanto trabalhando nas pessoas cristãs para trazer outros para fé tanto nelas mesmo para cruzarem a linha da fé), não somente “dentro” da igreja.

6. O Fator do Aprendizado: Veja o evangelismo como parte de seu discipulado – não somente para o aprendizado da outra pessoa.

7. O Fator Missionário: Veja o evangelismo como recrutar pessoas para a missão de Deus na terra, não somente para levá-los ao céu.

8. O Fator Serviço: Veja evangelismo como uma face de nossa identidade como servos.


Retirado de a new day

10 novembro, 2009

O Desafio da Cidade



Deus criou um jardim, não uma cidade.

Foi no jardim, na banda oriental, que Ele convidou homem e mulher para viverem, para o lavrarem e o guardarem. O jardim nos alimentava, nos protegia, nos alegrava. Deus passeava por lá na viração do dia enquanto conversava conosco, e tudo então era perfeito.

Começamos a nos distanciar do jardim quando pela primeira de muitas vezes nos rebelamos contra o Criador; duvidamos da sua palavra, desejamos a independência, e a antiga harmonia foi quebrada. A vida se tornou penosa. Nossa obstinação por nós mesmos levou-nos ao rompimento; marido e mulher se acusando mutuamente, irmão matando seu próprio irmão.

Foi do primeiro assassino a idéia de fundar uma cidade (Gn 4:17). Caim recebera uma marca de maldição, mas estranhamente passou aos seus descendentes a idéia de ser abençoado, como o revelam as palavras de seu bisneto Lemeque, que, por sua vez, foi o primeiro bigamo da história, e também aquele que disse: “Eu matei um homem porque me feriu, e um menino, porque me machucou” (Gn 4:23-24). Foi dessa turma que nasceu a idéia de cidade.

Tempos depois surgiu Babel, fundada por aqueles que queriam “tornar seu nome famoso e não serem espalhados pela face da terra” (Gn 11:4), contrariando o que o Senhor havia dito para fazerem (Gn 1:28).

A história das cidades no Antigo Testamento não deixa dúvidas quanto à sua natureza: ela é marca da arrogância humana que nos leva a sempre pretendermos a independência de Deus. Na cidade nos sentimos mais fortes, donos do nosso destino. O rítimo da cidade nos anestesia os sentidos, nos afasta de Deus e nos desumaniza.

Mas no decorrer da revelação, vemos a graça do Senhor manifesta através do seu povo que vive nas cidades. Uma que deixa de ser destruída pela sua presença (Gn 18); outra que é salva pelo testemunho de um profeta (Jn 3:10); mais outra que é abençoada tendo um servo de Deus como governante (Dn 6:3). Entendemos então que, se é aqui que se vive, é aqui que devemos ser sal e luz, e que seremos bênçãos na cidade enquanto o espírito da cidade não estiver em nós. Entendemos que não somos cidadãos da cidade em que vivemos, mas de uma outra que está sendo preparada e um dia descerá dos céus, essa sim santa e legítima, a cidade do Grande Rei (Ap 21).

Alguns entre nós têm sentido o incômodo de desejarem fazer diferença na cidade injusta e desumana em que vivemos. Costumamos chamar isso de missões urbanas: promover a reconciliação do cidadão com Deus. Aqueles em nosso meio que já o fazem são fonte preciosa de informação e multiplicação. Outros podem surgir. O espaço está aberto; O desafio está posto.


por Cassiano B. Luz retirado de Irmãos.com/podcast

09 novembro, 2009

99 balões vermelhos sobre o muro cinzento



99 red balloons
Floating in the summer sky
Panic bells it's red alert
There's something here from somewhere else
The war machine springs to life
Opens up one eager eye
Focusing it on the sky
Where 99 red balloons go by
- Nena -

Músicas de protesto político marcaram a Guerra Fria, de todos os lados se cantava contra a URSS e os EUA, músicas sobre vidas marcadas pelo medo de uma guerra nuclear iminente, sobre mortes misteriosas, sobre a liberdade tão sonhada, sobre viver em paz e não em guerra, e sobre 99 balões vermelhos voando no céu de uma Alemanha repartida ao meio por um muro cinzento.

Após a II Guerra Mundial os aliados e a URSS tomaram o controle do poder de uma Alemanha em cinzas, e por diversos impasses ideológicos resolveram dividir esse controle, uma Alemanha para cada um, mas o que mais impressionou foi quando a URSS ergueu um enorme muro atravessando todo o território Alemão, um muro que separaria por decadas uma nação, marcando um povo pelo ódio e pelo medo. Filhos nunca mais veriam seus pais, namorados nunca mais se beijariam, e amigos agora eram forçados a se tornarem inimigos.

Em meio ao alerta vermelho espalhando o pânico, dois irmãos separados desde a infância olham para o céu e encontram esperança, porque não se tratava de um bombardeio, e sim de 99 balões vermelhos flutuando no céu de verão da Alemanha Ocidental em direção ao outro lado, uma simples brincadeira de crianças, simples porém suficiente para trazer à lembrança uma mensagem, suficiente para derrubar o muro cinzento da intolerância: ainda vivemos sob o mesmo céu.


por Gutojardim

05 novembro, 2009

O Morcego e a Teologia do Medo



A arma mais eficiente de Batman não está guardada no seu uniforme, nem no seu carro, nem na caverna onde aprimora suas técnicas de luta. Também não é de outro planeta, como presente de um alienígena, nem foi desenvolvida nas modernas indústrias de Bruce Wayne. Veio com muito estudo e sem essa
arma Batman não seria o mito que conhecemos.

Ela é tão eficiente que compensa a falta de capacidades extra-humanas. Usada até contra os aliados do herói, é unanimidade entre os roteiristas das histórias do personagem. Basta qualquer um se aproximar do homem-morcego para sofrer os efeitos dela.

A arma mais eficiente de Batman é o medo.

“Criminosos são supersticioso e covardes; então meu disfarce deve ser capaz de levar terror aos seus corações; eu devo me tornar uma criatura de noite, negra, terrível (...) Eu devo me tornar um morcergo”

Essa frase clássica do herói está na sua origem. É assim que Bruce Wayne justifica sua decisão pelo uniforme do homem-morcego. Movendo-se pela escuridão, com habilidade alcançada por um treinamento intenso, Batman surpreende os marginais. Quando os encontra, se ainda estiverem conscientes, não vão conseguir esconder nada. Nem dinheiro, nem drogas, nem as mais sigilosa informação. Não é preciso ser rápido, nem selvagem. Freqüentemente, o cavaleiro das trevas não diz nada. O medo invade o ambiente assim que sua presença é notada. Tem sido assim desde que ele começou sua jornada, como está registrado na história “Ano Um”:

“O uniforme funciona melhor do que eu esperava; eles ficam estarrecidos e me dão todo o tempo do mundo”

Parece que Batman fez escola, no cristianismo. Usar essa mesma arma também é uma habilidade que alguns líderes religiosos vêm desenvolvendo, à altura do herói dos quadrinhos. Do alto dos púlpitos, ou no interior de suas células familiares, plantam o medo no coração dos cristãos.

Encontram terreno fértil, assim como Batman, nos corações supersticiosos, que se movem longe das leis – da lei de Deus e da lei dos homens – e nas mentes pouco informadas. Ao contrário do herói, à luz do dia, sem vergonha alguma, pregam a barganha santa. É obedecer, cumprir, seguir, ofertar, cantar – para ganhar, crescer, alcançar, curar. Uma coisa tem sempre relação com a outra.

“Não recebeu a benção? Tome cuidado, examine sua vida! Tem aí um pecado não confessado!”

“Você continua caindo por causa do pecado? Vai brincando com Deus, um dia ele perde a paciência com você!”

“Deus está de olho em você, no que você está fazendo, e daí o que vai acontecer?”

“O diabo está ao seu redor, no seu trabalho, na sua casa, até aqui nossa igreja!”

“Não vem na igreja para ir ao cinema? Um dia Deus vai te cobrar isso!”

Tudo isso pode ser verdadeiro.

O temor de Deus aparece na Bíblia desde o Éden: “Respondeu-lhe o homem: 'Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me'” (Gênesis 3:10).

Pelo Velho Testamento, o Senhor deixou claro que havia motivo para ser respeitado. Alguns, pela falta de temor, sofreram. É verdade, o povo tinha medo de Deus.

Até que Ele resolveu mostrar de que forma gostaria de se relacionar conosco. E o professor, o Mestre, foi o próprio Filho. Porque ninguém sabe mais a respeito de um Pai, que o filho que conviveu com Ele desde o começo de tudo.

E o que o Filho nos ensinou é que a nossa relação com Deus não deve ser orientada por medo. Temer ao Criador, como reconhecimento de sua grandeza e justiça, é um dever cristão. Porém viver como se a mão poderosa de Deus nos aguardasse atrás da porta, pronta a nos esmagar, e não houvesse solução alguma, é desprezar o sacrifício da cruz. O cristão tem que viver em santidade por amor a Deus, e não pelo medo de sua condenação.

Quando Jesus deu a vida por nós, colocando ao fim qualquer intermediação entre o ser humano e o Criador, também nos deu a chance de nos aproximarmos diariamente de uma fonte de perdão e amor.

Se você já foi a uma piscina, em um clube, deve lembrar que em alguns lugares só é possível entrar na água depois de caminhar por um tanque raso, para os pés, ou passar por um ducha, para o corpo. É quando somos lavados da gordura e da sujeira, para que isso não contamine a piscina.

Essa “teologia do medo” vive de pregar, enfaticamente, que nossos corpos vão sujar a água, e se esquece de defender o lavar maravilhoso que nos é oferecido para mergulharmos em profunidade na vida.

“No amor não há medo, antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor” (I João 4:18). Temos que trocar o medo pelo amor. O medo tem relação com o castigo e a culpa. E a culpa, às vezes, esconde uma frustração pessoal de não se alcançar uma perfeição religiosa.

Será que o nosso Deus não sabe que jamais seremos perfeitos?

Será que nós não sabemos que é impossível alcançar um padrão de santidade, sem
errar nunca?

Será que o medo nos faz esquecer da benção que é receber o perdão de Deus?

“Pastor, não consegui, eu pequei novamente”, disse a mulher, assim que entrou no gabinete. Trazia um rosto de medo e arrependimento, e aguardava uma repreensão. O pastor respondeu com amor: “Glória a Deus, porque você reconhece isso; e saiba que não vai ser última vez que caiu, e quantas vezes ainda precisar você vai poder contar com o amor de Deus para lhe perdoar, e dar uma segunda chance. Não tenha medo”.


retirado de Deus no Gibi

Um Novo Cântico



Quando o Senhor me livrou de um lamaçal e me firmou numa rocha, dizia Davi, ele colocou um cântico novo em meus lábios, um hino de louvor, de reconhecimento ao Senhor meu Deus. Davi fala sobre um cântico novo. Uma das possíveis interpretações nesse texto para mim, seria um cântico recente. Novo no sentido de ser recente, de não ser sobre coisas que aconteceram a muito tempo e sim daquilo que ainda está fresco na minha mente. Era como se Davi tivesse aconselhando sobre ter um reconhecimento sobre Deus, não daquilo que ele fez no passado, mas daquilo que faz agora no presente.

Como é facil para nós ficarmos lembrando o tempo quando tudo era muito tranquilo. Ou de quando nós récem tínhamos correspondido às diversas iniciativas de Deus por nós. Sobre como era bom aquele tempo em que tudo era tão novo, tão simples, tudo tão romântico e perfeito. Às vezes aparenta que nosso Deus estava presente em nossa realidade no passado como jamais estará.

Mas espera, o que é isso que Davi está falando? Não é sobre um cântico antigo colocado em meus lábios e sim um novo, recente, fresco cântico. E este não é um cântico de tristeza, nem de luto ou decepção, muito menos de nostálgia. Não é também um cântico de esperança, ou coisa parecida. Não proclama o futuro, nem relembra o passado. Mas sim um cântico novo, (lembre-se recente, fresco) um hino de louvor! De reconhecimento!

Re-co-nhe-ci-men-to. Só é possivel reconhecer aquilo que um dia foi conhecido. Para reconhecer é preciso conhecer primeiro. Faz-se necessário relacionamento. Conhecimento. Andar juntos. Companheirismo. Ouvir a voz. Ouvir de novo. Falar, uma, duas, três vezes. Discordar um do outro. Convencer um ao outro. Quando conhecendo a Deus, fica mais simples reconhecer o seu agir.

Às vezes, quando o Senhor parece ausente ou distante, não conseguimos reconhecer as pistas que ele deixa sobre seu mover. Por que? Será que não o temos conhecido suficientemente? Será que temos nos permitido ficar alheios diante de tal sensação, como se realmente pudéssemos nos ausentar dele?

Não deixe que o corriqueiro, o cotidiano, roube você da presença de Deus, de tal forma que você fique alheio ao que ele tem realizado. Por menor que seja seu agir, por mais singelo e puro que seja o sussuro da sua voz durante a tempestade. Se você o tem conhecido poderá reconhecê-lo, mesmo numa simples brisa e então um cântico recente, fresco, “NOVO” brotará em seus lábios.


por Marco Faria retirado de marcofaria.wordpress

Como posso descobrir a minha vocação?



"Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer." (I Corintios 12:4-7,11)

Você sabe que tem uma vocação quando seu conjunto de talentos, capacidades e habilidades está identificado. Os conceitos de inteligências múltiplas (ver de Howard Gardner) e de dons e ministérios indicam que todas as pessoas são dotadas de recursos para realizações úteis. Quando somos conscientes dos recursos que nos são inerentes ou que recebemos e ou adquirimos ao longo da vida, podemos discernir melhor a contribuição que podemos dar para o bem comum.

Você sabe que tem uma vocação quando seu conjunto de talentos, capacidades e habilidades está disponibilizado de forma organizada. Contribuições pontuais e ações eventuais não são suficientes. A vocação é exercida numa rotina de atividades por meio das quais canalizamos nossos recursos para suprir necessidades específicas das pessoas.

Você sabe que tem uma vocação quando sua contribuição independe de remuneração. Na verdade, quando você está inclusive disposto ou disposta a pagar para continuar a fazer o que faz. Paulo de Tarso era fazedor de tendas por ocupação e apóstolo por vocação. Sua atividade apostólica não dependia de remuneração, e inclusive era, de quando em vez, auto-financiada.

Você sabe que tem uma vocação quando existe uma necessidade do/no mundo a respeito da qual você se sente responsável. Pode ser um grupo social, um povo, uma instituição, uma causa, enfim, algo pelo que você se sente impelido ou impelida a fazer alguma coisa.

Você sabe que tem uma vocação quando aquilo que você faz exige mais do que mera intuição, exige capacitação. Para exercer uma vocação você deve se comprometer a estudar, se aperfeiçoar e se desenvolver de modo a fazer cada vez melhor e com mais excelência, eficiência e eficácia aquilo que faz.

Você sabe que tem uma vocação quando as coisas que acontecem ao redor de sua atuação se explicam apenas pela ação do Espírito Santo. O chamado divino para uma tarefa específica se faz sempre acompanhar dos recursos divinos para sua concretização e sucesso.

Você sabe que tem uma vocação quando recebe constante feedback (retorno) de pessoas que agradecem e glorificam a Deus pela sua vida. O critério último de uma vocação não depende de quanto você gosta do que faz, mas de quanto as pessoas são abençoadas pela sua contribuição.

Você sabe que tem uma vocação quando, ao final de um artigo a respeito de vocação, você não tem um monte de interrogações na cabeça. Como na conversa em que um jovem pergunta ao pastor como saber se está apaixonado, e o pastor responde "Não sei, mas sei que você não está". Quem precisa perguntar "como posso descobrir minha vocação?", ainda não a descobriu - não significa que não tem uma vocação, mas que ainda não sabe qual é.


por Ed René Kivitz retirado de irmãos.com

04 novembro, 2009

A presença real de Deus



Certa feita um famoso ministro de louvor disse que o evangelho é o "fiozinho do pêlo do braço arrepiado". Ora, de onde este piedoso cristão tirou isto, senão de sua própria experiência pessoal? Ainda que isto não passe de uma redução tacanha do verdadeiro significado do Evangelho, devemos nos esforçar para tentar compreender o que o músico quis dizer.

Na verdade, ele quis dizer que para a fé ter sentido real devemos nos entregar ao subjetivismo puramente emocional. Isto significa que precisamos ver com os olhos, sentir na pele, apalpar com as mãos, e absorver através de nossas sensorialidades tudo aquilo que a Palavra nos diz que devemos discernir apenas espiritualmente. Veja que Paulo fez um tremendo esforço para demover os cristãos de uma esfera puramente material, que obviamente implicava em idolatria ao que é palpável. De acordo com o "apóstolo dos gentios" até mesmo o conhecimento de Jesus tem que ser reformulado em novas categorias epistemológicas. "Ainda que tenhamos conhecido Cristo segundo a natureza humana, contudo agora já não o conhecemos desse modo." (II Coríntios 5:16).

Gosto muito da diferenciação que C.S. Lewis fez entre a presença real de Deus e a sensação da presença de Deus, o que obviamente são coisas bem diferentes. Digo aos leitores que amo quando posso "sentir" Deus de forma mais concreta, mas aprendi que é mais salutar ter fé simples na presença real de Deus mesmo quando não sinto nada, ao invés de apoiar-me em minhas próprias sensações.

E é claro que a presença de Deus não é o mesmo que a sensação da presença de Deus. Esta pode ter origem na imaginação; aquela pode ser vivida sem nenhuma "consolação sensível". O Pai não estava de fato ausente quando Jesus disse: "Por que me abandonaste?". Vemos aí o próprio Deus, como homem, submetido à sensação humana de ser abandonado. A verdadeira comparação, no nível natural, parece estranha para ser dita por um homem solteiro a uma senhora, ao mesmo tempo, porém, é por demais ilustrativa para não ser usada. O ato que gera uma criança deve ser, e em geral é, praticada por prazer. Todavia, não é o prazer que gera a criança. Onde há prazer pode haver esterilidade; onde não há prazer, o ato pode ser fértil. No casamento espiritual entre Deus e a alma, ocorre o mesmo. É a presença real, não a sensação da presença, do Espírito Santo que gera Cristo em nós. A sensação da presença é um dom formidável, e agradecemos quando recebemos, e só isso. (C.S. Lewis em "Cartas a uma Senhora americana").

Você deve se esforçar para compreender que mesmo não sentindo nada, Deus é Emanuel, sempre está conosco. O Eterno está entre nós, e dentro de nós. Não espere ver alguma coisa para crêr.


por Daniel Grubba retirado de Soli Deo Gloria