08 setembro, 2010

Celebrar a independência?




Rezam alguns historiadores que em 7 de setembro de 1822, D. Pedro-I declarou “independência ou morte” em relação a Portugal às margens do rio Ipiranga, para outros historiadores esta dita “independência” foi “comprada” via financiamento adquirido junto a Inglaterra, portanto, ganhamos autonomia política, mas nenhuma autonomia econômica.

Independência quer dizer estado ou caráter de quem goza de autonomia, de liberdade com relação a algo ou alguém. Infelizmente desde o Império até a República gozamos de uma certa liberdade política, mas estamos completamente dependentes de algumas nações economicamente falando.

O que falar de nossas relações econômicas? Ainda continuamos a exportar bens de baixo valor agregado, como milho, soja, feijão, café etc. E importamos bens de maior valor agregado como Ipad, Ipod, máquinas, equipamentos, carros etc.

Continuamos como uma alta dependência do capital financeiro internacional, para que continue a financiar nossos gastos, aliás, aí está um dos motivos de a taxa de juros brasileira ser a mais alta do mundo.

Um país que se reivindique minimamente civilizado deveria oferecer saúde e educação pública de qualidade e para todos, previdência pública, incentivos constantes à ciência e tecnologia, transporte público. Isso se financia com impostos diretos (aqueles que incidem sobre a renda) relativamente altos, principalmente, sobre aqueles que possuem uma renda maior.

Ainda somos um país relativamente jovem, com uma democracia de apenas 25 anos, temos muito para avançar. Para comemorarmos nossa independência, o Estado precisa ser apropriado pelo povo, precisa ser mais transparente e democrático.

Portanto, ainda estamos em uma fase não de comemoração, mas sim, de luta, por melhores condições de vida e, de fato, por um Estado democrático e de direito, talvez após essas difíceis conquistas, quem sabe, poderemos comemorar e celebrar


retirado de Carta Capital

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